quarta-feira, 17 de junho de 2009

Depois de dias sem uma postagem - espero que entendam, final de semestre - hoje teremos uma paticipação muito especial (desculpem o clichê!). Marcelo Giatti, o Loei, escreveu um texto bem bacana. E como esse é um blog muito democrático aceitamos sua contribuição, então leiam, comentem, opinem, critiquem, apreciem... todas as idéias são muito bem-vindas!!




Yoga Caipira

Sobrou algum caipira em Bauru? Ou fomos todos consumidos e levados a viver essa vida mais paulistana de correria louca?
O termo caipira (do tupi Ka'apir ou Kaa-pira, que significa "cortador de mato", é o nome que os índios guaianás do interior do estado de São Paulo deram aos colonizadores, cablocos, brancos, mulatos e negros).
Em nossos carros velozes, mentes mais rápidas, copos de cerveja mais vazios (ou mais cheios?), deixamos pra tras o cheiro do mato. E é o que nos diferencia de outros jovens. Essa educação, esse jeito e respeito pelo outro.
Esse cumprimento descabido. Esse jeito de falar cheio de vida e de verdade. Essa proximidade com o ser.
Proponho aqui, uma desacelerada repentina nessa vida de correria mental. Um Yoga caipira. Uma ida, mesmo que mental, ao sítio ou chácara de seus avós. Uma ida a uma cidadezinha do interior. Uma venda, um enroladinho de salsicha tomando guaraná (no sítio da minha vó era assim). Uma cavalgada. Uma caminhada descalça pela terra, pela grama. Pés molhados num riacho, cabelos molhados numa cachoeirinha. Atravessar um rio de correnteza branda, chegar do outro lado e sujar o shorts na beirada de terra úmida.
Galopar cavalos e tomar um café com leite da vaca logo cedo. Sentir vontade de gritar "Eu sou caipira de verdade! E não quero ser cowboy!". Por isso meu amigo, só por hoje, ande mais devagar, viva mais devagar, desligue seu computador, tire seus tênis, vá descalço até o sítio mais próximo, colha uma salada original da terra, frite uma mandioca bem gostosa e ouça um CD bem velho de viola... Faça Yoga caipira meu amigo e seja o que você quiser, só não seja algo que você não é.

Por Marcelo Giatti

6 comentários:

  1. Nossa, eu amo muito tudo isso! Mato, rio, cachoeira... tdo q é assim eu gosto... Mto legal o post...

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  2. Não devemos perder nossas raizes... parabéns Marcelo, muito bom o texto, e o tema também, estava faltando alguém que nos dissesse umas verdades!!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Falou e disse Marcelooo!!! Sabe, confesso que ser vegetariano é sinal de modernidade, porque o vegetariano (por dó dos animais) boicota a massificação da criação dos animais, que é desumana. Mas akele animal criado em sítio, que se manteve por um bom tempo com os seus parentes (não o Seu, os dele!), que sentiu cheiro de terra, dormiu juntinho dos coleguinhas em dias frios, enfim,esse o vegetariano não tem pq ter dó. Não foi judiado, não está sendo criado pra isso, muitas vzs vira o xodó da casa... tem nome, tem identidade, tem vida de verdade!
    Um desabafo apenas.

    ps. Te devo 10 reais.

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  5. Vanessa Cachorro e cães.. num são a mesma coisa?

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  6. Pé na terra, terra no pé, sol na cabeça, cabeça no sol, ensopado na mesa e várias lembranças me apertam o coração... Saudades imensas do velho ensopado da minha avô, que na cidade já não possui o mesmo gosto!
    Ótimo texto!

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